Ruben Amorim trabalhou com Jorge Jesus no Belenenses e tornou-se num dos jogadores prediletos do técnico que reencontrou no Benfica.
Se eu fosse treinador também não prescindiria dos serviços de Amorim, desde logo pela sua polivalência, depois pela paixão e entrega ao jogo, e finalmente – ou talvez mesmo principalmente – pela personalidade que tem demonstrado.
Ao contrário de muitos colegas de trabalho, do Benfica e de outros emblemas, que não têm opinião sobre nada ou que receiam até abrir a boca sobre o que quer que seja, o médio-centro-direito-esquerdo ou lateral encarnado não só fala quando é preciso, como se mostra claro no discurso e firme na forma como reforça um espírito de camaradagem idêntico à capacidade de entreajuda que exibe em campo.
Prejudicado pelos interesses da equipa, Ruben Amorim é uma luz de coragem e profissionalismo que dá gosto apreciar e valorizar. O futebol português precisa de outros como ele, que nos compensem do muito que temos de sofrer com os maus exemplos do costume.
Passe curto, publicado na edição impressa de Record de 13 janeiro 2011