O deus vivo do gelo
Ao cabo de quase uma semana de Jogos Olímpicos de Inverno, o mito renasceu. Na prova de 20 km individual de biatlo e apesar de ter uma vez mais falhado dois tiros, o que lhe retirou a hipótese de chegar ao ouro, o fenómeno norueguês Ole Einar Bjørndalen, de 36 anos, conseguiu a sua primeira medalha destes Jogos e a décima desde sempre ganha em Olimpíadas, um espólio que contempla 5 de ouro, 4 de prata e uma de bronze
O reinado de Bjørndalen começou em 1998, com a medalha de ouro na prova de sprint de biatlo dos Jogos realizados no Japão, mas a coleção de medalhas iniciou-se de facto nos Mundias do ano anterior, com uma de prata e uma de bronze. O que se seguiu é assombroso, já que o superatleta reuniu, em 13 anos, nada menos de 33 medalhas, sendo 19 de ouro, em campeonatos do Mundo, a que há a juntar a dezena obtida em JO. E ainda as cinco, quatro de ouro, conseguidas em dois mundiais de juniores, em 1992 e 1993.
Não sei quantos homens terão existido à face da Terra capazes de alcançar este palmarés desportivo e aconselho os meus leitores a ficarem atentos às duas provas de biatlo masculino, uma das quais de estafetas, que ainda estão por disputar em Vancouver, isto se quiserem testemunhar em direto não só a conquista da 49.ª medalha, ou mesmo da 50.ª, de Bjørndalen, mas terem também o privilégio e o prazer de ver em ação um dos maiores atletas de sempre, um deus vivo do gelo e do desporto global.