Um dos grandes problemas da Seleção é que muitos dos convocados chegam à Cidade do Futebol com uma elevada carga de jogos. Em particular os da Premier League porque para puxar pelo cabedal dos rapazes os ingleses são loucos.
Certo é que dentro de dias Fernando Santos disporá de frescura física no novo grupo que eleger, pois Cristiano, Bruno, Dalot, Rúben Dias, Cancelo, Bernardo, Diogo Jota e Fábio Carvalho terão menos uma ou talvez duas partidas nas pernas, para o campeonato, e Palhinha, Matheus Nunes, Moutinho, Rúben Neves, Semedo, Podence, Neto, Guedes e José Sá estarão ainda mais ‘leves’, pois nem competições europeias tiveram. A pausa causada pela morte de Isabel II veio, assim, na altura perfeita.
O único caso discutível é o de Cristiano, uma vez que a situação seria igualmente a ideal em condições normais, mas a questão que se lhe coloca é a da falta de ritmo competitivo. Aquela jogada no duelo com a Real Sociedad – em que o vimos batido em velocidade por dois defesas depois de se ter isolado a caminho da baliza – só não é mais preocupante por se tratar de quem é. E não vale a pena argumentar com os seus 37 anos porque Modric tem a mesma idade e continua imenso, e Pepe só não evitou a derrota do FC Porto em Madrid porque não podia ‘arrancar a cabeça’ ao Griezmann, que alguém deixou solto nas suas costas. Acredito que vontade não lhe faltou e capacidade física ainda menos – aos 97 minutos de jogo e logo após um impressionante sprint num contra-ataque até à área do Atlético… E com 39 anos e meio!
Se tivermos como certa a convocação de Rui Patrício e Diogo Costa, quem será o terceiro guarda-redes a chamar pelo Engenheiro para os dois duros compromissos da Liga das Nações? Vejo quatro candidatos: Lopes, Sá, Rui Silva e Varela. Se houvesse apostas, acho que ganhava… Já o facto de Fábio Carvalho, Jota e António Silva estarem a ‘bater à porta’ da Seleção me parece fácil de resolver – vão para os sub-21 e está feito. Pior será ‘englobar’ o inevitável regresso às armas de João Mário, que forçará Santos a deixar de fora alguém do concorridíssimo meio-campo. Ou sacrificar André Silva, que nunca mais foi o mesmo, convocando menos um avançado.
Quando Sérgio Conceição fala, paro para o ouvir, diga coisas acertadas ou desfasadas da realidade. Já quando Vítor Baía surge no ecrã, continuo a jogar Angry Birds e não retenho uma palavra do que ele fez o favor de comunicar à nação. A empatia ou se tem ou se não tem, lamento.
Todos os anos a história se repete: acaba-se o Open de ténis dos Estados Unidos e termina a Vuelta. A partir de hoje, regressa a ‘ditadura’ do futebol na TV em todo o seu esplendor. Não será fácil acompanhar tantos jogos, mas é o que resta a muita gente, já afetada pela crise económica e social que atinge Portugal e a Europa – e que 2023 ampliará. Nota-se, por exemplo, naqueles restaurantes que tinham filas à porta e agora se veem só com meia casa. Ou às moscas. Vai doer.
Último parágrafo para ‘felicitar’ os responsáveis pela organização do Famalicão-Benfica, que obrigaram um miúdo, que estava numa zona de adeptos da equipa da casa, a despir a camisola dos encarnados e a ficar de tronco nu, ao sol… Excesso de zelo da segurança e também, valha a verdade, algum défice de bom senso de quem o levou para a bancada inapropriada. E se fosse uma rapariga?
Outra vez segunda-feira, Record, 12set22