Não podiam ser mais degradantes as imagens que a meio da semana nos mostraram uma horda de trogloditas a ‘varrer’ os indefesos clientes de uma esplanada de Guimarães. Custa a entender que o governo de um partido que defende tanto a descentralização não cuide da segurança nas cidades do interior com afã idêntico ao utilizado em Lisboa e no Porto – e mesmo aí, tem dias.
Como é possível que energúmenos conhecidos pela violência não sejam vigiados pelas forças policiais desde a chegada – e numa viagem programada! – e metidos na ordem à primeira tentativa de baderna ou na cadeia mal pisem o risco? Deixados à solta nas ruas e acolitados pela escumalha nacional – “Guimarães é nossa, vamos pôr esta cidade a arder!”, ouvia-se, não em servo-croata mas em português – só não mataram ninguém porque não calhou.
No dia seguinte, no final do jogo – que muitos não veriam se os tivessem detido – atacaram jornalistas, na cara de uns agentes atarantados, aflitos para conterem os díscolos. A norte do Porto, a PSP não disporá de uma brigada musculada capaz de nos proteger de uma invasão de bárbaros? É que parece menos difícil combater os fogos do que uma humilhação coletiva no berço da nacionalidade. Que vergonha!
Antena paranoica, Correio da Manhã, 13ago22