Queria começar 2022 a escrever sobre o ‘Big Brother Famosos’, um tiro na ‘mouche’ de Cristina Ferreira – há que sublinhá-lo com o traço grosso com que se lhe destacam os fracassos – mas não consigo ignorar as imagens grotescas de uma besta a pontapear um agente da Polícia Municipal.
Além do mais, a luta era desigual, pois um cobarde corpulento, diria que à volta dos 30 anos, sovava desalmadamente um homem de 50, com uma condição física a aconselhar que fosse tomar conta dos netinhos.
O cavernícola fugiu, tendo sido mais tarde identificado e notificado para um dia comparecer em tribunal, se não lhe causar muito incómodo. Até lá, continuará por aí, em busca de confusão, pronto a descarregar a raiva noutro agente que encontre sozinho e armado com pistola decorativa – franzino de preferência, para não ser o valentão a levar uma coça.
O que precisará este estado de bananas para que legisladores, magistrados e cadeias de comando zelem pela segurança dos que, em nome de todos, defendem a ordem pública? É que em qualquer país civilizado os energúmenos temem a dureza da lei: não se bate num polícia, ponto. E não me venham com a conversa dos abusos de autoridade, que isso são outros 500.
Bom Ano, leitor!
Antena paranoica, Correio da Manhã, 8jan22
