Está a tornar-se numa triste moda em Portugal a violência sobre polícias, consequência da brandura da lei que não contempla o severo agravamento das penas quando as vítimas são elementos da autoridade. Daí que aos vídeos de desacatos da noite ou de rixas nas escolas se juntem na TV imagens como aquelas em que se vê um agente a ser agredido, perante o desespero de uma colega – impedida de ir à luta por falta de arcaboiço, de preparação e de meios de dissuasão –, a indiferença de alguns cobardes e o espanto dos turistas. Desde logo, uma pergunta se impõe: que estratégia policial manda patrulhar as ruas a duas fracas figuras que nem as armas podem usar?
Em má hora a Fox deixou de transmitir entre nós a série “Cops”, que bem poderia abrir os olhos à trupe política que não tem coragem para defender quem nos protege, pelo menos até ao dia em que um idiota de proa leve um amasso quando for passear o cão. É que nos Estados Unidos quem faz uma manobra perigosa ao volante é tratado como criminoso e sai do carro para ser algemado. Por cá, a polícia prende e o tribunal liberta, mesmo que o agressor tenha cadastro. E liberta porquê? Porque a lei é tão banana como certos juízes. Brinquem e depois queixem-se.
Antena paranoica, Correio da Manhã, 17NOV17
Lei tão banana como alguns juízes
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