Cristiano Ronaldo é um dos poucos ou relativamente poucos jogadores que resistem à moda das barbas no futebol. Mais um pormenor a distingui-lo de Lionel Messi, a mais mediática e horrorosa estrela barbuda da bola. Mediática, amada e detestada figurinha, o pequenote argentino tira-me do sério. Vou mesmo mais longe: odeio Messi.
Não leitor, não sou um desses lunáticos e desequilibrados sofredores de futebol que só têm olhos para os que defendem as suas cores e que, se os deixassem, matariam até os adversários, que veem como inimigos – e tivemos agora em Portugal um dramático ato de barbárie que o confirma. Mas não sendo um maníaco, um desperado do pontapé na bola, a verdade é que me irrito profundamente com Messi.
Dou um exemplo: no último confronto do Barcelona com o meu Real Madrid, no Santiago Bernabéu, e depois de nosotros, reduzidos a 10 jogadores, termos conseguido chegar ao 2-2, havia necessidade de Messi marcar aquele inacreditável golo de autor, mesmo antes do apito final? Raios partam o homem!
Acontece que eu sou fã do jogo. Porque me emociona e porque, por momentos, me faz feliz. Mas quem gosta de futebol e ama o seu clube sabe reconhecer também o mérito dos adversários. E Messi, que não é elegante, nem alto, nem bonito, é simplesmente um génio – e de novo o melhor jogador do Planeta.
É isso: gosto dele na exata medida em que o odeio.
Observador, Sábado, 3MAI17