Chama-se Érica uma das participantes mais coloridas da saga “Casa dos segredos”. Ávida por se distinguir da vulgaridade, a jovem levou à TVI, como “segredo”, uma carta de apresentação que não é para todas: no início da quarta série do programa, em 2013, já tinha mantido relações sexuais com mais de 100 vítimas.
Para que não se pense que a rapariga mudou de ramo, eis que esta semana – numa “participação especial” no “Super Shore”, um “reality show” da MTV – se enrolou com um incauto concorrente espanhol, poucas horas depois de entrar em cena. Claro que a estação, para promover o feito, espalhou antes na internet um vídeo em que se via Érica a dar, com frenéticos vaivéns, continuidade à sua sólida carreira entre lençóis.
Nada tenho a opor à capacidade concretizadora de Érica, nem à “Casa”, que tem o seu público, ou à estação que está obrigada a fazer pela vida. Só não compreendo é que a TVI se lembre de vez em quando da menina para “participações especiais” nas “Casas” que se vão seguindo, e a ponha, não a executar o que melhor sabe, mas a dar lições de comportamento e boas maneiras aos outros pobres de Cristo. E isso sim, isso é – além de um defraudar de expetativas – um atentado à moral e aos costumes.
Antena paranoica, Correio da Manhã, 26NOV16
Uma sólida carreira
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