Razão tinha Jorge Luís Borges quando dizia, há mais de 30 anos, que não lhe interessavam os telejornais porque não queria saber das pequenas desgraças do quotidiano. Explicava o escritor argentino que se acontecesse algo verdadeiramente importante alguém lhe daria a novidade.
Como jornalista, “consumo” todas as notícias, mas a televisão é também divertimento e oferece-nos momentos de “libertação” que vão compensando dores e misérias. É o que podemos encontrar agora no Eurosport, além das doses maciças do Mundial de Snooker. São as grandes provas de ciclismo, que nos permitem viajar – e de forma ainda mais fantástica se tivermos HD – pelo interior dos países, ficando a conhecê-los melhor do que muitos turistas.
Depois de “corrermos” as clássicas, estivemos esta semana na Volta à Turquia e partiremos, na quarta-feira, para a Volta ao Azerbaijão. Dentro de uma semana, iniciaremos o Giro para percorrer a bela Itália.
Fazer hoje cicloturismo pela TV é desfrutar de horas de evasão.
Antena paranoica, Correio da Manhã, 3MAI15
Viajar de bicicleta (e de helicóptero) pela TV
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