No final de novembro, lamentei aqui que o Governo não tivesse optado por um militar para a “task force” da vacinação e dei o exemplo dos Estados Unidos que há muito tinham entregado a Operation Warp Speed (operação ao dobro da velocidade) ao general Gustave Perna, veterano da guerra do Iraque.
Com dois meses perdidos, eis que a realidade escreveu por linhas direitas o que a confiança política de António Costa entortara. E esta semana já tivemos imagens do vice-almirante Gouveia e Melo, a trabalhar com a sua equipa de oficiais especializados em matemática e logística, longe do saco de gatos que confabula no Ministério da Saúde.
Agora que tudo parece ir no sentido certo, há que colocar como objetivo um forte empurrão à economia no verão, que poderá salvar milhares de empresas, fazendo aquilo que desagrada a Costa e a Marta Temido: alargar a entidades privadas, incluindo farmácias, a vacinação em massa que se prevê ser possível no segundo trimestre – assim as farmacêuticas cá ponham as vacinas em falta.
Não, não tenho nenhum primo com interesses na área da saúde, o que me perturba é a visão das doses a chegarem aos milhões e nós em filas, picados a conta-gotas em nome de preconceitos ideológicos.
Antena paranoica, Correio da Manhã, 13fev21