Ou os adeptos
do Sporting deixam
trabalhar quem está ao leme
ou vão ter de chorar mais
Já ouço demasiados sportinguistas descrentes da capacidade de Paulo Sérgio para ter êxito no Sporting. E também há quem não acredite em Costinha, quem desconfie da utilidade de Nuno Valente e até quem ache que, a roubarem uma camisola a alguém – como aconteceu ao presidente dos leões, há dias, por altura dos cumprimentos ao Papa –, esse alguém só poderia ser José Eduardo Bettencourt.
Muitos deles são os mesmos que antes se mostravam “desesperados” com os “horríveis” quatro segundos lugares consecutivos da era Paulo Bento, com a contratação de Carlos Carvalhal ou com o acordo de princípio com o sr. Villas-Boas, o homem que não gosta de “palhaçadas” e de cujo percurso ainda muito falaremos – estamos para ver se pelos melhores motivos.
Aliás, foi o que fizeram com a lista de convocados de Carlos Queiroz, que cada português elaboraria de modo diferente, e à qual não deve poupar críticas quem quiser estar na moda e ficar bem no retrato da má-língua nacional, que tudo arrasa à sua passagem.
Os novos responsáveis pelo futebol do Sporting, quase todos com provas por prestar nos respetivos cargos – só o treinador já revelou um pouco do que vale –, do que não precisam nesta fase é de desconfiadores primários que não dão sequer o benefício da dúvida, que condenam antes de julgar e que julgam antes de se praticar o “crime”.
Todos temos o direito de não acreditar. Mas os adeptos do Sporting, se querem que o seu clube dê a volta à indesmentível crise em que mergulhou, só têm um caminho: deixarem trabalhar, darem uma oportunidade a quem está ao leme. De contrário, o próximo insucesso será bem pior do que aquele que hoje choram.
Canto direto, publicado na edição impressa de Record de 15 maio 2010