Não gostaria de estar na pele dos dirigentes do meu clube, que aceitaram tomar conta do leme numa altura em que tudo desaba à sua volta e quando as dívidas que outros acumularam não cessam de lhes tornar a vida ainda mais difícil. O seu exemplo de dedicação e de amor ao Belenenses é notável.
O facto de os admirar não significa que concorde com todas as decisões que tomam e não consigo compreender o critério que os terá levado a tentar contratar Van der Gaag, um treinador sem currículo e com pouca experiência, que do Continente pouco mais deve conhecer do que a Torre de Belém.
Depois do espalhanço da época anterior, com Rui Gregório a ser escolhido só porque era um homem da casa, parece-me um tiro no escuro esta opção por um técnico cuja única bandeira é um êxito muito relativo ao serviço do Marítimo.
Oxalá me engane e tudo corra de acordo com o que ambicionamos, mas o melhor, mesmo, é Marco Paulo, que nos trouxe das profundezas dos lugares de despromoção até ao 5.º posto, continuar ali por perto. É sabido: o seguro morreu de velho.
Passe curto, publicado na edição impressa de Record de 30 maio 2012