A pandemia obrigou a RTP a repetir exaustivamente “O preço certo” e a perder com isso o quarto lugar que o programa tantas vezes alcançava na tabela dos mais vistos – com um número de telespetadores superior a um milhão. “Quem quer namorar com o agricultor?”, da SIC, tomou então a liderança no ante “prime time”, tendo por perto o “Big Brother”, que a TVI habilmente lançou por entre os pingos da quarentena.
Na semana passada, Fernando Mendes regressou finalmente com uma nova série do concurso – e com vários “diretos” – só conseguindo, no sábado, reentrar no “top 10” de audiências, em nono lugar. Insistiu na graça na última segunda-feira, mas nos dois dias seguintes já não foi além da 12.ª e da 11.ª posição – sempre com menos de 700 mil espetadores.
Não tenho dúvidas que “O preço certo” voltará a liderar o seu horário – como sucedeu meses após o ataque de Cristina Ferreira e do “Apanha se puderes”, da TVI, em 2017. Mas a dificuldade em recuperar os favores do público, neste “bicho estranho” que é a televisão, torna-se uma vez mais evidente. E o afastamento social, que limita a componente lúdica do programa, também não ajuda ao reencontro de um grande comediante com a sua gente. Vai ser duro.
Antena paranoica, Correio da Manhã, 11jul20
Um preço certo a pagar
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