Num debate de televisão que não vi – optei por “O Dia Seguinte”, da SIC, o Manuel Serrão que me desculpe – um destrambelhado, que ninguém leva a sério a falar de futebol, destilou, ao que me dizem, o seu ódio ao Record.
Não me perdoa, coitado, o facto de eu não ter afastado um colunista deste jornal que não se lhe referia com a reverência que julga merecer. Veio bater à porta errada.
É-me indiferente. O que já não me é indiferente é a forma insultuosa como classificou o meu camarada João Lopes, que acusou de falta de independência, como se de um fanático como ele se tratasse.
A verdade é que o ofendido é dos mais sérios e serenos jornalistas que encontrei em 48 anos de profissão – e que nada teme e nada deve.
Aproveitando a boleia, o boletim oficial escarlate escreveu ontem, num texto pseudomoralista, que “Paulo Pereira Cristóvão fez publicar um extenso depoimento”. Como foi no Record que saiu a entrevista exclusiva que solicitámos ao “vice” do Sporting, essa frase parece também um insulto.
Mas, vinda de quem vem, trata-se apenas de mais uma patetice que em nada nos ofende. Afinal, o desespero, inimigo da lucidez, é uma doença incapacitante.
Passe curto, publicado na edição impressa de Record de 25 abril 2012