Passei quase uma hora do jogo de ontem da Luz a comentar com os meus botões: este Cardozo é muito bom a marcar cá com os nossos marrecos, mas com uma defesa a sério é que é o diabo. Chegou mesmo a ser irritante a forma como o paraguaio “estava lá”, sobre a bola, e depois não conseguia concretizar.
Podem perguntar-me: e o que é que isso te incomoda? Ora, incomoda e muito, eu sou tão patrioteiro como os relatores da rádio, que mal reagem aos tentos do “inimigo”, que não gritam “gooooooolo” nem nada quando a bola entra na baliza cá da malta.
Habituei-me, no entanto, a saber que no futebol tudo se pode modificar num ai. E foi o que aconteceu. Apontar dois penáltis consecutivos, um em força, com um “tiro” colocadíssimo, e outro em jeito, a enganar o guarda-redes, só está ao alcance de um bom executante. Mas para o fazer, ainda, em momentos decisivos do desafio, quando as pernas tremem e a cabeça vacila, já tem de se estar no patamar de cima, o dos jogadores de eleição.
Cardozo passou, com distinção, a sua prova de fogo. Desculpa lá, ò Tacuara, meu.
Passe curto, a publicar na edição impressa de Record de 2 abril 2010