A 17 de abril de 1998, como chefe de redação do novo diário ’24horas’ fui responsável pelo terceiro n.º 0 do jornal, o primeiro feito em tempo real. E quis o destino que um terrível acidente de viação, muito semelhante ao que ceifou agora a vida de seis jovens na Avenida das Forças Armadas, em Lisboa, tivesse ocorrido na madrugada anterior, pelas 4 da manhã, hora trágica.
Eram igualmente seis os jovens envolvidos, esses ainda adolescentes, amontoados dentro de um Ibiza que o condutor de 17 anos, e sem carta de condução, furtara por umas horas – e já pela terceira vez – à tia. Regressavam das Docas de Lisboa para Tercena quando se despistaram, na Avenida da Índia, embatendo numa viatura que vinha em sentido contrário. Morreram os seis, três dos quais irmãos: um rapaz de 13 anos e duas raparigas, de 15 e 16. Aliás, foram sete as vítimas mortais porque o condutor do outro carro também não escapou.
Aqui deixo essa 1.ª página do ’24 horas’ de 18 de abril de 1998, com três notas obrigatórias. Uma é para a devida vénia ao repórter Fernando Brandão, que sacou a história e arranjou a foto que a suportaria. A outra é para um erro técnico da minha responsabilidade: ao ‘lead’ sob a manchete faltava o ‘onde’, coisa horrorosa. Finalmente, e o menos importante, é que executei esse trabalho já demitido: a saída do jornal estava atrasada e a culpa teria de caber a alguém. Sorte minha, como se veria mais tarde – outros 500.


