Com Alves dos Santos, Artur Agostinho e Neves de Sousa, Rui Tovar fazia parte da restrita ordem dos meus especialistas preferidos na análise do futebol e integrava, com Ribeiro Cristóvão e com a geração de ouro de A Bola – Santos, Miranda, Pinhão, Farinha e Homero – o top 10 do jornalismo desportivo do meu tempo ou de gerações anteriores.
Tive o privilégio de trabalhar com ele há 32 anos, no semanário Off-Side, e de ser seu convidado na primeira vez em que entrei num estúdio de TV. Quis o destino que a profissão não nos tornasse a juntar e que não tivesse sido possível – por culpa minha que terei de viver com essa mágoa – encontrarmos forma de colaboração no meu ciclo no Record. Partiu agora o Rui, comigo de férias, sem lhe poder dizer adeus. Penitência dupla para mim e paz para o grande jornalista, a cuja memória me curvo.
O saneamento dos 24 marcou-lhe a vida
O saneamento político, no Diário de Notícias, em 1975, abriu uma ferida impossível de fechar num homem de memória prodigiosa. Tapou-a Rui Tovar com o recurso a um sentido de humor fino e corrosivo, com o apoio de uma família admirável e com uma personalidade que não conhecia quebras nem cedências. Para o Rui, o que era branco nunca era preto.
Com João Bonzinho, Festas e António Saraiva, do Skylab, o Rui apagou, em 1983, a vela do 1.º aniver-sário do Off-Side
Parece que foi ontem, Sábado, 17JUL14