Caro Alex Pais,
Sou leitor assíduo do Record. Compro o jornal 2 a 3 vezes por semana. E faço-o porque é o único jornal desportivo minimamente independente em Portugal, na minha opinião. Confesso que não gostei do seu artigo aquando da publicação do mesmo. Confesso que me pareceu ser mais um dos artigos que o Record ultimamente tem feito publicar.
Nem me refiro à veracidade dos artigos, mas ao tom dos mesmos (“É Carvalhal, ninguém leva a mal” ou “É Carvalhal, agora é bestial”). Enfim, objectivamente e, sem falar de campanhas, a verdade é que o SCP se pode sentir algo ofendido, ainda para mais tendo esses títulos saído numa altura em que a debilidade interna do SCP é tal, que mal se pode defender. Convenhamos que caem mal. Mesmo considerando-os de graçolas…
Antes de escrever estas linhas preferi reler o artigo, não fosse ser injusto para consigo. E tenho de admitir que ainda bem que o fiz, pois parece-me que escarrapachado estava algo que aquando da publicação me era difícil compreender.
Após reler o artigo, chego à conclusão de que o desenlace do affair AVB/SCP já era previsto por si (não assumido pelo jornal, mas por si no artigo… o que deixa também a pergunta no ar: se foram tão rápidos a divulgar o acordo SCP / AVB, porque não o foram a admitir/pressupor/aventar contactos entre o FCP e o AVB?
Enfim… dá para perceber que a sua fonte provém do SCP e não do AVB…). Chego à conclusão de que todos os intervenientes falharam neste processo: o SCP, que permitiu todo este folclore durante dias; o AVB, que mostrou ter pouco carácter; novamente o SCP que após a postura do AVB “não o pôs a andar” de imediato; e finalmente o próprio Record, que para todos os efeitos lançou uma notícia que não se concretizou. O furo jornalístico tem estes riscos, não é caro Alex Pais?
Agora, por muito que diga que o acordo existia e que não pode obrigar ao seu cumprimento pelas partes, a verdade é que a imagem que fica é a que o Record lançou uma notícia falsa. E assim sendo, o palhaço não é o caro Alex Pais nem o AVB. Os palhaços somos nós, que compramos o jornal do qual é Director e responsável editorial e no qual é suposto os seus leitores acreditar…
Talvez ficasse bem, não um pedido de desculpas (que já estamos fartos desses pedidos), mas talvez um editorial explicando o sucedido.
Não concorda?
Cumprimentos,
Ulisses.