A SIC não foi capaz de aproveitar todo o potencial da terceira edição de ‘Casados à primeira vista’, que se arrasta como um moribundo à espera do fim. Começou-se por destruir o conceito, modificando a sequência lógica do programa. As ‘cerimónias de compromisso’ deixaram de ser uma espécie de galas das noites de domingo e passaram a ser repartidas por vários dias, em episódios com repetições infindas – esticar a agonia é o que se precisa.
Os concorrentes já se despediram e ainda estamos a vê-los nos jantares de grupo, sabendo que uns ficam juntos (?) e outros não, mas permanecendo dúvidas que a produção protege com afã. Entretanto, como sucedeu na quarta-feira, prolongam-se as novelas no ante ‘prime time’ e retira-se mais um episódio da grelha, retransmitindo-se de madrugada o da véspera… pela segunda vez!
O espectador perde-se na confusão, enquanto os ‘especialistas’ enchem chouriços em ‘flash backs’ entediantes e familiares e amigos dão uma ajuda também sem nada acrescentar. E, no entanto, não seria difícil puxar pelas audiências: bastava mandar o João Pires e o Luís, a Dulce e a Cristina de novo para férias, com uma câmara atrás. Tendo quatro cromos daquele calibre, tudo o resto são despesas.
Antena paranoica, Correio da Manhã, 18jun22