Alexandre Pais

Protesto por não haver comentários nos nossos blogs e a minha resposta

P

From: julio
moreira [mailto:jmrmor@hotmail.com]
Sent: quinta-feira, 14 de Junho
de 2012 18:11
To: Record
Subject:

Senhor Alexandre
Pais.

Sou um compulsivo leitor diário do seu jornal, o que faço logo pela
manhã. 
Hábitos que ficam quando se teve um Pai que trabalhou sempre em
jornais, onde anos mais tarde também vim a trabalhar. 
Portanto isto é uma
relação que só acabará quando fôr lá para baixo.

Venho á sua presença por
motivo de também ser meu hábito participar nos blogs dos vários colaboradores
seus. Nomeadamente daqueles que publicam na hora os comentários que vamos
fazendo proporcionando boas trocas de dialogos, estragadas aqui e ali por
pessoas que usam o teclado como forma de insulto.

E, nesses blogs de maior
interactividade, comecei no EQ, de onde saí depois de lhe chamar a
atenção para comentarios insultuosos que deixava passar. Passei para o
João Seixas, eu e muitos colegas de dialogo. Acabou a interactividade nesse
blog, exactamente pela profusão de insultos que, contudo, vinham de uma ou
duas pessoas, no máximo, num universo de 50 ou 60 pessoas que diariamente ali
escreviam.

Passamos para o Paulo Renato Soares que, pelos vistos não gostou
de tamanha invasão do seu blog, e mesmo sem insultos, resolveu bloquear o
blog, avisando as pessoas nos termos que o Senhor poderá consultar se em tal
tiver interesse.

Tudo isto para lhe dizer o quanto lamento que na sua equipa
as pessoas, uma vez que criaram um optimo veiculo de comunicação, não saibam
fazer uso do mesmo sem recurso á máxima que paga o justo pelo
pecador. Tem, mesmo a certeza que estamos perante jornalistas, logo
formadores de opinião? Serão eles dignos de quem os antecedeu?

Ou será uma
questão mais simples. A de um total desconhecimento da historia do jornalismo
desportivo feita por JORNALISTAS que o Senhor, provavelmente  da minha faixa
etária, tão bem conheceu?

Cumprimentos
Júlio Manuel Ribeiro
Moreira
Nascido a 9 de Agosto de 1948

Nota da QdC

Agradeço a sua crítica e o tom construtivo que adotou.

Tem o leitor razão, paga o justo pelo pecador. Creio ter sido eu o primeiro jornalista de Record a bloquear os comentários no blog, já que eram mais as tentativas de insulto – tentativas porque não me insulta quem quer – do que as críticas que trouxessem algo de positivo para debate.

Neste jornal lidamos com emoções, com paixões e, com mais frequência do que desejaríamos, com fanatismos, desvios de personalidade, deficiências mentais.

E havia um pequeno grupo de atrasados que escrevia não para ver os seus textos publicados, mas sabendo que mesmo para eliminar os seus comentários o autor do blog teria de os ler, ou seja, o insulto atingiria o alvo.

Não era ainda assim o meu caso, pois tinha quem me fizesse a triagem, mas entendi não ser justo que, fosse quem fosse, estivesse sujeito aos palavrões, às enormidades bolsadas por esses anormais. Bloqueando-os, corta-se o mal pela raiz e os desqualificados ficam a nadar no próprio fel.

Lamento a decisão – que outros companheiros resolveram também seguir – primeiro pela riqueza que nós próprios desperdiçamos, depois pelos leitores que, como o Júlio Moreira, mereciam ter direito ao contraditório, ver debatidos os seus temas e explicadas as suas dúvidas. Mas ninguém pode exigir, seja a quem for, jornalista ou não, que esteja disponível para ser insultado.

Estou certo que os que fizeram a “história do jornalismo desportivo” não eram dotados de outra têmpera. E condenariam severamente o comportamento doentio não dos adeptos, não dos entusiastas, não dos discordantes, não dos que protestam, mas dos marginais e dos cobardes – e da impunidade atrás da qual se escondem.

Aqui, “no pasarán”.

Por Alexandre Pais
Alexandre Pais

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