A Praia de Mira foi há dias distinguida pela Foundation for Environmental Education (FEE) com a Bandeira Azul, sendo a única praia portuguesa a receber o galardão em 30 anos consecutivos – desde 1987, quando foi criada a distinção internacional que atesta a qualidade da gestão e educação ambiental, da água balnear, dos serviços, informação e segurança.
Lembrei-me então da primeira vez que estive nas areias de Mira, no Verão de 1961, quando uma excursão (!) organizada pela paróquia de Canas de Senhorim levou três dezenas de jovens da vila – mais o escriba que estava lá de férias – a passar umas horas na praia. Tratou-se de uma aventura no país pobrete e alegrete da altura: não havia autoestradas, a viagem, de pouco mais de 100 quilómetros de curvas e contracurvas, era longa e incómoda, ninguém tinha fatos de banho e para muitos, talvez para a maioria, era a primeira vez que podiam ver o mar.
O futuro padre Pascoal – que uma doença traiçoeira levou cedo do nosso convívio – chefiou as tropas, que deliraram com um sonho finalmente cumprido. Depois de corrermos, brincarmos e ajudarmos os pescadores (e os bois!) a puxar as redes, devorámos o farnel. E antes do regresso ainda andei de barco, com o Pascoal aos remos, na barrinha de Mira, uma preciosidade ambiental – hoje à espera de ser salva de uma praga de jacintos de água.
Mais de meio século decorrido, daqui saúdo os companheiros de viagem, em especial o Amadeu Soeiro, que me enviou as fotos. Que dia, meu amigo!
Parece que foi ontem, Sábado, 12MAI16
Praia de Mira, bandeira azul… e a aventura que ficou para trás
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