A morte do querido Artur Agostinho, que causou consternação e natural perturbação na vida diária de Record, impediu-nos de produzir, na altura própria, o editorial que o cobarde atentado à comitiva do Benfica mais do que justificava. E o conteúdo desse editorial seria fácil de adivinhar: a severa condenação do incidente e a exigência de punição para os seus autores.
Como jornalistas, temos o dever de recusar aquilo que o cidadão comum rejeita: o policiamento de centenas de quilómetros de autoestradas num país democrático e civilizado. Não foi a segurança que falhou, mas sim criminosos que atentaram contra a vida de pessoas indefesas.
Estiveram bem os dirigentes dos emblemas que se pronunciaram sobre a selvajaria, tanto na sua firme condenação – infelizmente uns mais firmes do que outros, é certo – como no pedido para que ninguém ouse enveredar pelo beco sem saída das retaliações.
Não me interessa o clube, como me é indiferente o partido ou a religião dos anormais que apedrejaram os veículos do Benfica. São simples bandidos para os quais só existe um caminho: o da cadeia.
Nota final
Os debates com os candidatos à presidência do Sporting demonstram que Bruno de Carvalho é o alvo a abater, é o líder que o baronato não quer. Escolheram a estratégia errada, pois com isso nada mais fizeram do que apontar aos sócios leoninos o nome em quem devem votar. Mas que belas cabecinhas.
Passe curto, publicado na edição impressa de Record de 25 março 2011