Nasceu Emissora Nacional, em 1 de Agosto de 1935, passou a RDP aos 40 anos e chega aos 80 integrada, com a RTP, na Rádio e Televisão de Portugal, SA. Tive o privilégio de trabalhar, entre 1964 e 1976, na “velha” estação da Rua do Quelhas, como técnico e como jornalista, e pude com isso frequentar uma escola de grandes profissionais, professores que nunca esquecerei.
Foram também anos difíceis, tanto os do PREC, de 1974 a 76, como os iniciais, uma vez que a rádio oficial era igualmente um entreposto de favores, onde os bem instalados da ditadura traficavam influências com arrogância e descaramento. Só se safavam os amigalhaços.
Ficaram famosas, só a título de exemplo, as cunhas desesperadas de um incompetente assistente literário para ser chefe de secção. Arranjou cartas a recomendá-lo, que iam do governador civil de Braga ao secretário de Estado da Informação, passando por declarações da União Nacional a defender o seu sócio. Nem assim se safou. Outro caso caricato foi o da filha de um tubarão da casa que meteu uma cunha ao presidente da TAP para a moça, de 1,53m, ser hospedeira. Mas ela aldrabou a ficha, pôs lá 1,59m, e ficou de fora.
Hoje, a rádio oficial é outra, embora continue a emitir no país das cunhas e do compadrio.
Parece que foi ontem, Sábado, 27AGO15
Os 80 anos da rádio que foi do regime
O