António Costa somou pontos – e intenções de voto – com um desempenho profissional no “Programa da Cristina”, que na terça-feira terminou com mais de um milhão de espectadores.
Como é hábito, o primeiro-ministro utilizou a capacidade de ser ou parecer ser genuíno e mostrou-se tão à vontade a responder a questões de política como a preparar a caldeirada – tarefa “improvisada” que estudou ao pormenor, como se percebeu quando não deixou passar uma incomodidade que saltava à vista: os tomates não estavam lavados…
Costa aproveitou também eficazmente a presença da família, jogando trunfos de peso. Um ao confirmar, com bonomia, as críticas que lhe fazem em casa, adicionando as da mãe, o que o retirou, aos olhos dos eleitores, do limbo onde alguns políticos se isolam do país real.
Outro trunfo surgiu ao falar dos filhos e da nora – um achado de marketing se ela estivesse para isso – sublinhando as dificuldades que condicionam os jovens casais em início de vida e que vão da falta de emprego a um local para habitar, dramas com que os portugueses se identificam.
No dia de Carnaval, na TVI, António Costa ganhou fôlego eleitoral para mais umas dezenas de greves – as que estão e as que vêm a caminho.
Antena paranoica, Correio da Manhã, 9mar19
Obrigado, Cristina!
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