Não há canal de TV sem comentadores a zurzir Donald Trump. Isso tornou-se até numa moda e quem não saltar é burro. Trata-se, aliás, de tarefa fácil, pois o homem é perigoso, é a criança grande a quem deram para brincar o botão ou a “password” do ataque nuclear.
Tememos o maluco norte-coreano, com os seus mísseis de cartão e os testes na praia, mas a essência do mal está no coração do país mais poderoso do Mundo e no líder que escolheu.
O abandono do acordo de Paris, sobre o clima, subscrito pela própria China – o maior poluidor do Planeta, a par dos Estados Unidos – é revelador da indigência política e moral da lunática criatura. Mas só admira quem não conhece o pior da sociedade norte-americana, representada ao mais alto nível da estupidez pelos proprietários de milhares de hectares de gigantescas e prósperas plantações, em zonas semi-áridas, que há décadas sugam a água dos lençóis freáticos sabendo que um dia ela se irá esgotar e quem cá estiver herdará por horta o deserto.
Trump não é só um capitalista frio, é acima de tudo um selvagem que come caviar e condena os netos – os dele e os nossos – à guerra que resultará da devastação e da fome. Ao pé dele, Kim Jong-un mete tanto medo como um ursinho de peluche.
Antena paranoica, Correio da Manhã, 3JUN17
O urso caviar e o urso de peluche
O