Com meio milhão de espetadores de audiência média, “Quem quer ser milionário” não atingiu a fasquia ambiciosa e desfasada da realidade a que inicialmente se propôs, mas conseguiu mesmo assim alcançar um patamar que permitiu à RTP encomendar uma nova série do concurso.
Também não começou bem, com Manuela Moura Guedes a sentir dificuldades de adaptação a um formato que não era o seu, tarefa agravada pela personalidade da jornalista que, antes de qualquer fato que envergue, será sempre ela própria.
A verdade é que, com o decorrer do tempo, Manuela encontrou a batuta adequada à complexidade de dirigir aquela orquestra, percebeu o momento certo em que queremos saber as respostas, impôs um estilo na condução do programa e venceu o desafio.
Até a cara de piedoso espanto com que enfrenta alguma ignorância mais atroz – como a do concorrente que desconhecia a broa de Avintes e pensava que a água fervia a 90 graus – envolve em contenção a “revolta” do telespetador mais informado. Moral da história: quem é bom no que faz, cedo ou tarde aparece.
Antena paranoica, Correio da Manhã, 8FEV14
O triunfo de Manuela Moura Guedes
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