Tinha quase por certo que o Real Madrid regressaria de Camp Nou com a primeira derrota da era Mou, mas jamais suspeitei – ao contrário de alguns jornalistas de Record, bem mais avisados… – que sairia vergado ao peso de uma goleada, o pior resultado da carreira de José Mourinho, que nunca vira uma equipa treinada por si “encaixar” mais de 3 golos numa única partida.
Mas além do desnível no marcador o que mais me impressionou ontem foi a incapacidade merengue para tentar ao menos “segurar” o jogo a meio-campo, onde o Barça trocou a bola não só com o seu clássico à vontade, mas também com uma absoluta falta de oposição. Xabi Alonso, Khedira e Ozil bailaram autenticamente na frente do mortal “triângulo das Bermudas” composto por Xavi, Busquets e Iniesta, e “reforçado” por um quarto vértice: Messi, sempre ele.
Aliás, o fenómeno argentino passeou-se pelo campo com o seu fantástico dominío do esférico, sem que o Real e o seu treinador se dessem ao trabalho de armar um sistema tático que dificultasse, um pouco que fosse, a sua bela vida. E foi o pesadelo que se viu.
Vou ao Santiago Bernabéu, no próximo sábado, com duas curiosidades principais: como será recebida a equipa e que efeitos psicológicos se sentirão ainda nos jogadores. Mourinho tem quatro dias para arranjar maneira de começar a apagar esta humilhação.
Passe curto, publicado na edição impressa de Record de 30 novembro 2010