Conseguiu um pequeno milagre: combater durante sete anos um cancro – não detetado a tempo – e trabalhar quase até aos últimos dias. O que a Teresa Pais já não pôde ver foi a página de despedida que lhe fizeram numa das revistas que dirigia, a “TV Mais” – a outra era a “Telenovelas”.
Acho que ela ficaria feliz com o texto, emotivo e bem escrito, que terminava num “até sempre, diretora!”. Não é para todos. Liderar é também prejudicar interesses, recusar facilidades, dizer não. E quem praticou esse exercício por mais de 17 anos, só pode sair sob aplausos se de facto foi competente e manteve intactas as pontes da camaradagem e da afetividade.
Curiosamente, a Teresa preferia um tipo diferente de jornalismo, penso que gostaria de ter trabalhado numa “newsmagazine”, por exemplo, mas resistiu na jangada que a levou a outra praia e ao seu lugar ao sol. Mais difícil ainda – e melhor lhe saberia, lá onde estiver, saber do tributo da sua gente. Valeu a pena, filha. Até um dia, diretora!
Antena paranoica, Correio da Manhã, 27JUN15
O milagre da Teresa
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