A “bomba” da detenção de Sócrates depressa se tornou em onda de choque que atingiu os repórteres, obrigados a “cavar” os desenvolvimentos. Foi assim que ouvimos falar em carros “descaracterizados” – como se houvesse o hábito de utilizar viaturas “caracterizadas” nessas operações – e outros dislates, que foram do arguido a “consultar os volumes do processo” até “ao mínimo de três meses” atribuído à prisão preventiva. Enfim, o improviso nunca é fácil.
Abriu-se em simultâneo a torneira das opiniões, que incluíram os incontornáveis “protestos” contra a violação do segredo de justiça e acusações ao desempenho da comunicação social. O tema é recorrente e o caminho é só um: a Procuradoria que investigue, pois sabe por onde começar. Ao jornalista, caída na sua secretária a informação, compete honrar o maior dos seus compromissos, que é com o interesse público – o de dar notícias.
Antena paranoica, Correio da Manhã, 29NOV14
O improviso, a violação e o interesse público
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