Uma reportagem recente da SÁBADO, que explicava como se chegava ao Algarve há 40 anos, remeteu-me para esses tempos quase pioneiros – da vida de que desfrutamos hoje – em que estradas estreitas, esburacadas e com demasiadas curvas faziam com que qualquer viagem, fosse para norte ou para sul, constituísse uma proeza.
Rendido, até hoje, aos encantos do icónico Citroen 2CV, adquiri em 1979 a sua versão melhorada – eu sei que melhorada é discutível – o Dyane. Era um modelo azul-escuro, descapotável e com uma suspensão fantástica, que me levou a percorrer o país.
Como se não bastasse, o meu amigo João Mata convenceu-me a comprar um atrelado, que o Dyane carregava sem protestar, tanto a caminho do Algarve, para os parques de campismo de Canelas ou de Valverde, como cá mais para cima, para o do Castelo de Bode. Melhor: com quatro adultos no interior e o atrelado atrás, esse bravo Dyane subiu até Andorra, com um frio de rachar e sem me causar um desgosto.
Em 1983, fartei-me do campismo, vendi o atrelado e o Dyane, e comprei o modelo que lhe sucedeu, o Visa, que só me deu trabalhos. E foi bem feito.
Os 50 anos do Dyane
Apresentado ao público no salão automóvel de Paris, em 1967, para competir com o popular Renault 4, o Dyane 4 utilizou o motor de dois cilindros e 435cc do Citroen 2CV e modernizou-lhe a carroceria. Em 1968, surgia o Dyane 6, com 602cc, cuja produção terminaria em 1983, sete anos antes do fim do mítico antecessor, cujas vendas ultrapassaram os cinco milhões de unidades, mais do triplo do que o Dyane.
Parece que foi ontem, Sábado, 14SET17
O Dyane que puxava um atrelado: e com eles cheguei a Andorra!
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