Quando se estreou, “O carro do amor”, da SIC, parecia dar continuidade ao êxito de “Casados à primeira vista”, até por ter mantido Diana Chaves e os especialistas do “dating show” anterior com maior capacidade de comunicação: Cris Carvalho e Eduardo Torgal.
Já a TVI, com “O primeiro encontro”, apresentou apenas o trunfo Fátima Lopes e um príncipe do nada, procurando somente o entretenimento, sem lhe juntar, como fez a SIC, alguma formação comportamental que valorize os conteúdos e ajude a iniciar relações amorosas, não na televisão mas na vida.
Sendo claramente mais bem feito do que “First dates”, certo é que, da vantagem no seu horário sobre o concorrente, o “Carro” perde já muitas vezes e cai para terceiro. E “O preço certo”, da RTP, é líder destacado – essa é que é essa.
Curioso pela rápida quebra de popularidade, voltei a ver o programa e assisti à destruição do conceito. Em vez de manter o foco nas caraterísticas, gostos e ambições dos que procuram uma relação e nas possibilidades de isso suceder, a SIC optou por introduzir um excesso de divertimento, ainda por cima mau. E ao substituir o amor pela macacada, o “Carro” perdeu clientes. Quem quer ver palhaços prefere seguramente o circo.
Antena paranoica, Correio da Manhã, 19jan19
O carro do amor ou o carro do circo?
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