O ódio ao sucesso dos portugueses em Madrid só não se abate sobre Cristiano Ronaldo porque o seu rendimento é inquestionável e porque se o chateassem muito bateria as asas – ninguém pode, verdadeiramente, obrigar um futebolista que não quer jogar por um clube, a fazê-lo.
Pepe foi considerado “indigno” de vestir a camisola do Real, Fábio Coentrão um verdadeiro “barrete”, Ricardo Carvalho um jogador “acabado”. Agora, ontem mesmo, um colunista espanhol escreveu que José Mourinho é “un chulo”.
Como se um técnico que ganhou uma liga, uma taça e uma supertaça, e provavelmente uma segunda Taça do Rei, ou seja, “quase” quatro títulos em três épocas, e que acabou com o “reinado total” do Barcelona – o que levou à saída de Guardiola – nada tivesse dado a um clube fantástico mas repleto de gente medíocre que se rege pelo terror dos assobios de claques marginais.
Não aprovo esta quezilenta agonia que são os últimos dias de Mou em Madrid, e a imagem que deixa, mas peço a Deus que me permita viver para ver as saudades que o Bernabéu ainda vai sentir dele.
Passe curto, publicado na edição impressa de Record de 10 maio 2013