Se tivesse de escolher o melhor momento de televisão da semana, optaria pela excelente entrevista de Vítor Gonçalves a Francisco Assis, na RTP3, que nos deu a conhecer, de novo, o pensamento político, sério e estruturado, de um intelectual brilhante, afastado da vida partidária pela hipocrisia dominante.
Mas a queda de Pedro Soá, no “Big Brother”, da TVI, parece-me incontornável e não para me juntar ao vasto rol de carrascos de um egocêntrico que perdeu a cabeça e ainda não acabou de pagar por isso. É bem feito? É. Porque o rapaz tem uma óbvia dificuldade de gestão da raiva e ou reconhece o problema, e se trata, ou outros graves dissabores o esperam. Sei o que digo, sofri desse mal.
Dito isto, achei feio o modo como Soá foi humilhado – também por culpa dele, que devia ter atirado logo com a porta e evitado a defenestração. A insistência de Cláudio Ramos em pisar e repisar que o infrator tinha sido expulso, já depois de ele ter assumido o erro e pedido desculpa, foi excessiva e não lhe ficou bem, nem ficou bem num programa que não puniu, antes, o comportamento homofóbico de um pateta que por lá anda.
Cláudio Ramos deve aprender uma lição que lhe pode vir ser muito útil: não se bate num homem caído.
Antena paranoica, Correio da Manhã, 30mai20
Nunca se bate num homem caído
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