Já aqui referi o “Rua segura”, da CMTV, cujo êxito assenta tanto na informação privilegiada sobre o crime como na competência dos comentadores – e também no poder de comunicação de Sara Carrilho, é justo acrescentar. Um programa com aquelas caraterísticas poderia ser socialmente explosivo se outros fossem os opinadores em estúdio, mas o que temos é uma tribuna de conhecimento, pedagogia e bom senso.
Esta semana, vimos Francisco Moita Flores e Carlos Anjos prestarem um verdadeiro serviço público ao desmontarem a tese de novas provas – “nem novas, nem provas”, como explicou Anjos – sobre o desaparecimento de Madeleine McCann, ocorrido em 2007, na Praia da Luz.
A suposta existência de uma rede de tráfico de crianças foi o papão agora constituído em “nova prova” pela polícia inglesa – que há anos manda os seus agentes apanhar sol no Algarve – para justificar o reforço de mais um milhão de libras destinado a investigar o que já não é investigável e satisfazer com isso interesses políticos nada claros. Por onde andam os amigos do casal McCann, que se foram da Praia da Luz logo a seguir ao sumiço de Maddie e com cujas declarações contraditórias nunca foram confrontados?
Haja quem não deixe que nos tomem por parvos.
Antena paranoica, Correio da Manhã, 10DEZ16
Nem novas, nem provas no caso Maddie McCann
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