Na manhã da fria segunda-feira da semana passada, soube por um post de João Soares que Maria Germana Tânger nos deixara, aos 98 anos. E coube-me dar a má nova à minha mãe, contemporânea e amiga da desaparecida, veterana de um dos dramas da vida longa: saber da morte dos que amamos.
Declamadora, atriz, encenadora e professora de arte de dizer no Conservatório Nacional – quis o destino que eu fosse parar à turma do prof. Carlos de Sousa e não à dela – Maria Germana distinguiu-se também por uma forte personalidade e foi uma mulher de armas bem antes do tempo em que as mulheres descobriram o poder de as utilizar.
Secretária da administração de uma das nossas maiores empresas, nos difíceis anos do pós-guerra da segunda metade da década de 40, ajudou o meu pai a deixar a Marinha e a entrar para a antiga Intendência Geral de Abastecimentos, hoje ASAE, e a ficar assim mais perto de casa e do filho bebé. Grato, aqui fica o meu tributo.
Observador, Sábado, 1 FEV18
Maria Germana Tânger: partiu uma amiga
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