A gloriosa década de 60, foi o meu período de cinéfilo furioso: mais de mil sessões e perto de dois mil filmes. As tardes de cinema eram passadas, no final das aulas e, se fosse caso disso, em seu prejuízo, numa dúzia de salas: Paris, Cinearte, Chiado Terrasse, Europa e Jardim Cinema, quase sempre, Monumental, São Jorge, Império e Condes, algumas vezes, Politeama, Eden, Avis ou Tivoli, mais raramente.
Foram os tempos de glória de grandes nomes da Sétima Arte, muitos deles desconhecidos hoje das novas gerações, reféns das séries e da televisão. Iam de Fred Astaire ou Rita Hayworth a Katharine Hepburn ou Henry Fonda, passando por dezenas de outros, como Gregory Peck, Cary Grant, Robert Mitchum, John Wayne, Anthony Quinn, James Stewart, Burt Lancaster, Clark Gable, Liz Taylor, Audrey Hepburn, Rock Hudson ou… Kirk Douglas, este a completar há dias 101 anos, o que faz dele, talvez, a única lenda viva da época de ouro de Hollywood. Filho de imigrantes bielorussos, Kirk é considerado um dos maiores atores da história do cinema.
Películas como Vinte mil léguas submarinas, Duelo de fogo, Os vikings, O último comboio de Gun Hill, Duelo ao pôr do sol, Os heróis de Telemark e, claro, o incontornável Spartacus – talvez o mais marcante trabalho de Kirk – fizeram parte da minha adolescência e do tempo em que, por dois escudos, se viam três filmes, o primeiro de desenhos animados. Se tenho saudades? Não, apenas boas recordações.
Parece que foi ontem, Sábado, 21DEZ17
Kirk Douglas, um monstro que resiste
K