Tenho aqui criticado a gestão desportiva do Sporting no mandato de José Eduardo Bettencourt, crítica mal vista pelos “incondicionais” mas que a situação dos leões, desportiva e financeira, teima em confirmar.
Curiosamente, achei que o clube de Alvalade ficava bem entregue a este presidente, como gostei da escolha de Paulo Sérgio e considerei avisada a contratação de Costinha. Mas nem sempre as pessoas certas conseguem bons resultados, e aí o mal não será delas e sim de fatores conjunturais que não puderam ultrapassar.
Bettencourt volta a acertar agora, com a chamada de José Couceiro. Não espremamos o currículo do novo diretor-geral a ver se pinga ouro, olhemos apenas para ele e compreendamos que este quadro do Sporting, ao passar por diversos cargos em vários clubes, alguns grandes, e seleções – cá e lá fora –, acumulou um capital de experiência que pode ser crucial para esta fase difícil do futebol dos leões.
Além disso, é um homem à medida de Bettencourt (salvo seja!), correto e ponderado, e que se apresenta ainda com um trunfo poderoso: o da pessoa que falhou e aprendeu com os erros. Ora aí está, gente que sabe, gente preciosa em todas as organizações.
Passe curto, publicado na edição impressa de Record de 23 dezembro 2010