Sábia decisão a de Jonas, que escolheu a gratidão pelo clube que o trouxe do inferno de um ocaso prematuro e também pelos quase 5 milhões de euros que lhe oferecem, aos 34 anos, por duas épocas de pré-reforma. Na Luz, ainda se hesitou, pela idade e pelos problemas físicos do jogador, mas o rendimento dos “reforços” Ferreyra e Castillo deixou tanto a desejar que Luís Filipe Vieira optou por manter Jonas, na esperança que ele faça esquecer a estranha partida de Raúl Jimenez – que marcou, no sábado, um grande golo no Molineux – a exemplo do que que sucedeu ao rombo no ataque provocado pela igualmente misteriosa saída de Mitroglou. Afinal, Jonas e o Benfica precisam um do outro. O brasileiro para assegurar este tranquilo e luxuoso final de carreira. O que está garantido. O clube para contar com os golos do avançado, depois de uma gestão de plantel pouco feliz. O que está longe de ser dado como seguro. Para já, amanhã, Jonas não jogará na Turquia. Tem uma cervicalgia ou seja, doem-lhe as costas. Se a doença for crónica, como se desconfia – já que se vem prolongando no tempo – o Benfica pode ter afagado o coração dos adeptos mas rubricado, ao mesmo tempo, um péssimo negócio.
A quem não doem as costas aos 34 anos é a Nelson Évora, que se sagrou mais uma vez campeão europeu de triplo-salto, com a décima medalha da sua carreira. Chapeau!
Os espanhóis não poderão, por enquanto, ver os jogos da Série A, deixando assim de acompanhar Cristiano Ronaldo porque os direitos da liga italiana foram adquiridos por um outsider qualquer. Já por cá, não me permitem seguir o PSG de Neymar ou o Monaco de Jardim sem pagar mais uma mensalidadezita. No mundo em mudança, não há sossego. A propósito: nem na TV, nem no Jamor: não tenciono ver nenhum jogo do Codecity FC.
Com as exibições deste fim de semana de Ronny Lopes, Rúben Neves, Pizzi, André Almeida, Nelson Semedo e Sérgio Oliveira, aumentou a minha expetativa: será que Fernando Santos os ignorará de novo na próxima convocatória?
A fechar, reproduzo a segunda parte das declarações de Sousa Cintra ao jornalista Neves de Sousa, em março de 1990. O líder da SAD do Sporting explicava, na primeira pessoa, as negociações que o levariam a ser eleito presidente, há quase 30 anos.
O vazio que levou Sousa Cintra à presidência (2). O Monjardino, que estava a presidir, perguntou-lhe se ele não queria reconsiderar mas ele não quis. “Então e nesta sala não há mais ninguém?” Alguém disse: “Há aqui outra pessoa (…) o Simões”. O dr. Calheiros fez logo o discurso: “Simões, sim senhor, já ficou em segundo lugar nas outras eleições, foi pena não ter ganho, portanto é a pessoa certa já que o sr. Jaime Duarte não pode. O sr. Simões é um bom candidato, é a pessoa de que o nosso Sporting precisa…” E tal e tal. (…) Então, o Simões diz que queria ouvir a opinião das pessoas. Quando perguntaram se mais alguém se queria pronunciar, pedi a palavra: “Meus amigos, estou à vontade para dizer que indiquei o dr. Monjardino para poder vir a assumir a presidência porque vi que era uma pessoa com capacidade, com experiência. Agora estou surpreendido com o seu abandono, depois de já ter dito que aceitava. E ainda estou mais surpreendido com o que acabo de ouvir do sr. Jaime Duarte, que tem sido sempre um homem adiado, que não tomou uma posição definitiva e coerente com a situação do Sporting. Não está em causa o senhor ser uma boa pessoa e um grande empresário (…), não vejo é que seja a pessoa certa para assumir a presidência do Sporting. Não concordo e não tem o meu apoio. E o sr. Simões, que foi um perdedor…”
Na próxima segunda-feira: Não quero nada com esta gente
Outra vez segunda-feira, Record, 13AGO18
Jonas grato ao Benfica e aos 5 milhões de euros
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