Foi arrancado a ferros, com uma vítima provável, o Belenenses, cliente habitual a pagar faturas de derrotas ao cair do pano. A verdade é que o Sporting, com o golo serôdio de Bas Dost – nascido da classe enorme de Campbell, essa é que é essa – pode bem ter iniciado o percurso da recuperação.
Interessa pouco o folclore que vai da cara para morrer do capitão Adrien ao receber as “boas festas” dos adeptos na Academia, até à volta ao redondel de Bruno de Carvalho, no Restelo, no final do jogo de quinta-feira. Isso dá para entreter e acalmar as massas, mas o mapa desta fase está nas mãos de Jorge Jesus: ou ele encontra o caminho para a mina ou podem ir a Alcochete também no Carnaval, na Páscoa e nos santos populares, que nada feito.
Em Portugal, figuras como as de Arsène Wenger ou do retirado Alex Ferguson são como extraterrestres. Pessoas respeitáveis, técnicos competentes, exímios condutores de homens, mitos do futebol? Que sejam, não queremos cá disso. Para nós, os treinadores são de consumo rápido, ora adulados como os melhores do Planeta, ora vaiados como bestas quadradas. De que é exemplo, aliás, o próprio Jorge Jesus no Benfica, louvado pelo que ganhou e criticado pelo que não conseguiu alcançar – e por vezes os “analistas” são os mesmos, com uns meses de intervalo até os idiotas mudarem de opinião.
Com estes dias de paragem, os leões recuperarão os níveis físicos e voltarão à luta. Não por causa do folclore, mas apenas porque têm um treinador.
Canto direto, Record, 26DEZ16
Boas Festas no Carnaval e também na Páscoa
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