Quando a prudência aconselharia contenção no palavreado, Jorge Jesus iniciou a nova época puxando pela euforia benfiquista e prometendo “magia” e grandes feitos.
Pensar grande é melhor do que pensar pequeno, especialmente quando os objetivos são ambiciosos e se exige ao líder que os concretize.
Mas o Benfica vem de uma temporada em que quase tudo lhe correu bem e bastaria que a nova época fosse igualmente boa para que o Mundo lhe parecesse maravilhoso.
Claro que dirigentes, técnicos, jogadores e adeptos querem sempre mais. E esse discurso deve fazer-se para dentro, não é preciso andar por aí com muita garganta, a avisar a concorrência, a puxar por ela.
É que ao subir a fasquia aumenta a pressão e a única pressão que faz falta numa equipa é a necessária para ganhar o desafio seguinte.
Mas Jesus vive um momento tão especial na sua vida que menos nuance mais palavra são minudências que não o preocupam.
Vamos a isso então, deixemos que seja o próprio jogo a decidir se o treinador exagerou ou se fez bem em cantar de galo.
Passe curto, publicado na edição impressa de Record de 9 julho 2010