Durão Barroso pagará sempre a fatura de ter ido tratar da vida e Guterres não deixará de cumprir o segundo mandato na ONU. Para Santana Lopes é capaz de ser tarde e para António Costa pode ser cedo – se vencer as ‘legislativas’ em 2023, terá condições políticas para dois anos depois abandonar o Governo para se candidatar à Presidência da República?
No meio das incertezas, não faltarão os cromos e talvez até alguém com efetivo perfil para o cargo. A quatro anos das ‘presidenciais’, o Mundo dará muitas voltas e o que hoje se supõe, amanhã se esfumará. Mas uma personalidade emergente poderá alcançar 2025 com a popularidade intacta. Para tal, bastará que o processo de vacinação anticovid termine em alguns meses com a cobertura plena e a pandemia controlada – terceira dose da vacina incluída. Ou seja, que a comissão de serviço do vice-almirante Gouveia e Melo finde com o êxito que se antevê, tanto no trabalho como no discurso – o que a comunicação social, com a TV à cabeça, tem promovido sem favor.
Ramalho Eanes chegou a Belém por ter ganhado a luta pela democracia, Gouveia e Melo pode lá chegar por ter vencido a incompetência, essa boa amiga do coronavírus. Parece é que não quer, o que é pena – uma pausa na demagogia faria Portugal dar um salto em frente.
Antena paranoica, Correio da Manhã, 13ago21