Dizem-me que Record é frequentemente o bombo da festa da Benfica TV, canal que permite aos “convidados” a utilização de uma linguagem agressiva, em que a intimidação é o objectivo e o insulto a palavra de ordem.
Creio que os clubes criam as suas estações de televisão precisamente para isso: engrandecer as virtudes do seu “glorioso” emblema e tentar enxovalhar o “inimigo”, sendo este constituído por tudo o que não seja da cor.
É uma tristeza? É. Mas também nada surpreende quem acompanha nos blogues e até em alguns sites a linguagem desbragada e ofensiva a que muitos recorrem na expectativa de atingirem quem não está ao seu alcance.
Trata-se de um problema cultural, de uma falha grave da família e da escola, que não souberam preservar os valores da educação, das boas maneiras e do respeito que devemos uns aos outros.
Mas é também o resultado dos maus exemplos que vêm de cima, primeiro do estilo caceteiro de alguns dirigentes desportivos, depois de pessoas de outro gabarito, que transmitem aos jovens a ideia de que tudo é permitido, da palavra grosseira à atitude intimidatória e à agressão.
Quando gente sem nível, ordinária mesmo, chega a altos cargos da República, o que se pode exigir aos cidadãos?
Passe curto, publicado na edição impressa de Record de 13 maio 2011