Os adeptos do Real são, afinal, iguais aos outros. Tanto honram a memória dos que deixaram em Madrid sangue e suor como se podem esquecer depressa de quem lhes proporciona momentos de glória.
A Cristiano Ronaldo não perdoaram que voltasse a falhar num jogo contra o Barcelona, em particular naquele que os de Guardiola foram vencer ao Bernabéu, há poucas semanas. E fingem não recordar que o último título conquistado pelos merengues, a Taça do Rei, tenha sido obtido após vitória, na final, sobre o Barça, graças a um grande remate de cabeça do CR7.
Como também não lhes interessa agora que Cristiano some mais golos marcados esta época – 39 em 39 jogos, 21 em 17 partidas da Liga… – em comparação com a temporada passada e que tenha conseguido nada menos de 60 (!) em 2011. Terá falhado ao longo do ano mais de 200 golos? É provável, mas isso só acontece porque tenta muitas vezes e muitas vezes marca.
Não o compreender e assobiá-lo mal toca na bola é meio caminho andado para o “devolver” a Manchester. E com isso pouco ou nada perderá Cristiano e tudo perderá o Real…
Passe curto, publicado na edição impressa de Record de 9 janeiro 2011