As redes sociais, esse barómetro que assusta mais a classe política do que as sondagens, pegaram fogo nas últimas semanas de 2020 por causa das entrevistas, na TV, aos candidatos às eleições presidenciais.
Quase sempre metido entre os aduladores que tudo elogiam aos seus preferidos e os loucos à solta que disparam em todas as direções – muitos sem saberem distinguir sequer o “à” do “há” – confesso que me tenho divertido. É que em ambos os lados da barricada há os que não entendem que os entrevistadores têm apenas a função de perguntar, sem estados de alma e sem lhes competir exercer o contraditório, exceto quando os entrevistados mentem – e aqui uma vénia é devida a Ricardo Costa. Já outros veem no perguntador um inimigo do “seu” candidato se o jornalista tenta interromper o discurso do perguntado que procura fugir à questão colocada.
Neste particular, João Adelino Faria tem dificultado com pertinácia as derivas de propaganda, o que faz com seja o alvo favorito dos “gremlins” das redes, mas verdadeiramente só com André Ventura terá roçado os limites e dado, com isso, mais uma ajuda ao homem – por certo ao contrário do que pretendia.
Vai ser um janeiro festivo, apesar do resto. Bom Ano, leitor.
Antena paranoica, Correio da Manhã, 2jan21