SOBE
Cavaco Silva
Os partidos do “arco da governação”, pressionados por todos os lados e sem margem para recuos, acabaram por viabilizar o OE 2011, pelo que o PR surge ao país como o grande artífice da harmonia e guardião do templo do interesse nacional. O Conselho de Estado, ontem reunido, apenas retocou o cenário. O homem do leme parece indestrutível.
DESCEM
Eduardo Catroga
A sua credibilidade não saiu abalada pela rutura momentânea das negociações sobre o OE, mas o discurso explicativo de meia hora foi não só penoso como confirmou que o tempo não perdoa. Houve algum atabalhoamento e já um pouco de voluntarismo, que tiveram na revelação de ter ficado “à seca” em São Bento, e ido depois para casa, o seu momento “zen”.
Teixeira dos Santos
A intransigência que colocou nas conversações com Catroga acentuou as suas dificuldades naturais para o diálogo e para a concertação. Acabou por regressar à mesa da discussão sem ser por vontade própria e teve de voltar a sentar-se em frente de um interlocutor que publicamente o desqualificara, acusando-o de o “deixar à seca” e nem o telefone lhe atender.
Manuel Alegre
O candidato presidencial atravessa a crise económica, social e política com sinais de algum desajustamento da realidade. Não tem a informação e não tem os meios, mas dá a sensação de não ter ideias e, sobretudo, de não ter a energia necessária para enfrentar os cinco duríssimos anos que se avizinham. A atual, e inevitável, impopularidade do PS promete “acabar” com ele.
Elevador da Glória, publicado na edição impressa de Record de 30 outubro 2010