Hoje, Portugal acordou eufórico: vestem-se camisolas, põem-se cachecóis, fixam-se bandeiras, falta-se ao trabalho, adiam-se negócios, escrevem-se belas palavras de incentivo à Seleção, esquecem-se até as críticas a Queiroz. Retoma-se, a uma escala reduzida, o sentimento nacional perdido na bruma com a partida de Scolari. Mas numa hora em que todos colocam os olhos em Cristiano Ronaldo, à espera da adiada inspiração do craque, quero ficar de fora desta onda de nacionalismo efervescente. E dedicar estas linhas ao grande ausente, ao jovem talentoso que se tornou também num excelente “capitão” e que merecia estar na África do Sul. Tem 23 anos e a vida pela frente. Amanhã é outro dia, João Moutinho.
Passe global, publicado na edição impressa de Record de 15 junho 2010