Em 1966, há 44 anos, o “Diário de Lisboa” dava “à estampa” um suplemento comemorativo do seu 45.º aniversário. E nele se publicava, entre outros conteúdos de que falarei mais à frente, uma fotografia do seu quadro redatorial, 29 jornalistas… de fato e gravata. E sete deles doutores!
As diferenças para as redações de hoje – em que o abandalhamento do visual dos jornalistas consegue não ser a nota mais chocante – são abissais, já que não conheço equipa que reúna hoje, mesmo as que dispõem de mais de uma centena de jornalistas, tantos e tão qualificados profissionais.
É que entre os 29 abaixo retratados (dos quais julgo que só quatro são vivos), se não fossem todos bons, encontramos diversos nomes míticos do jornalismo portugês, alguns que figurariam mesmo num top 10 de sempre.
Menos de seis anos depois, no início de 1972, quando cheguei ao “Diário de Lisboa”, em plena “ditadura” de Armindo Blanco, restavam apenas cinco (!) destes camaradas: Fernando Assis Pacheco, Pedro Alvim, Manuel de Azevedo, César dos Santos e Joaquim Letria, este último já como correspondente em Londres (e que muito me ajudou numa reportagem para o “Sempre Fixe”).
Tive a felicidade de conhecer alguns dos restantes jornalistas noutras redações: Fernando Soromenho, no “Jornal Novo”, João Gomes e Nuno Vieira, no “Portugal Hoje”, José Carlos Vasconcelos, na Edipresse, Raul Rego, numa colaboração que tive em “A Luta”, Vítor Direito, na sociedade proprietária da revista “Élan”, e Mário Neves, numa inesquecível receção na embaixada de Portugal em Moscovo, em 1975.
No suplemento dos 45 anos, o DL publicava ainda outra foto, de 1923, com a da redação fundadora do jornal, dois anos antes, e que deixo aqui para memória futura… O grande Norberto Lopes seria, como se vê, o único resistente 43 anos depois!
Para se ter uma ideia de como, em 1966, se achava que o jornalismo tinha evoluído desde os tempos dos pombos-correios (!) até aos da “pequena alavanca”, não resisto a publicar este excerto do suplemento de aniversário…
Finalmente, um pequeno texto que nos remete para as salas de cinema da capital – que frequentei, todas e muitas vezes – um “must” da época…