O conselho de
gerência da Empresa do Diário de Notícias (EDN), proprietária do Diário de
Notícias da Madeira, propôs a todos os trabalhadores uma redução de 10% do tempo
de trabalho e a correspondente redução salarial. A decisão foi justificada pelo
contexto de crise e pela necessidade de salvaguardar a manutenção de todos os
postos de trabalho, lê-se num comunicado divulgado no sítio da internet do
Diário de Notícias da Madeira. A nota refere que “é do conhecimento geral a
crise económica mundial, nacional e regional que atinge fortemente as empresas e
as famílias”, sendo que, no caso do país e da Madeira, “foi fortemente acentuada
pela necessidade de recurso e implementação de medidas severas de
austeridade”.
“Em consequência da
referida crise e das ditas medidas, as empresas na Madeira foram colocadas numa
situação de extrema dificuldade para a sua viabilidade e funcionamento”, refere
o comunicado, acrescentando que, no que respeita à EDN, Lda., “tais dificuldades
encontram-se profundamente agravadas pela conhecida concorrência desleal que lhe
continua a ser movida pela Empresa Jornal da Madeira, Lda., sendo que o jornal
por ela editado é financiado por recursos públicos que, naturalmente,
constituem, conjuntamente com aquelas medidas de austeridade, uma grave
perturbação à actividade da EDN para e na edição do seu
jornal”.
Segundo o
comunicado, “neste contexto, e para salvaguardar a manutenção de todos os postos
de trabalho da EDN e a edição diária do Diário, esta empresa propôs a todos os
seus trabalhadores uma redução do tempo de trabalho com a correspondente redução
das suas retribuições, num caso e noutro de 10%, pelo período de um ano”. A EDN
afirma esperar que os trabalhadores correspondam, “embora com sacrifício, embora
com sacrifício, a esta iniciativa da empresa, na expectativa de que, superada ou
minimizada a actual crise, seja retomada a normalidade laboral”, adianta a
empresa. Ainda assim, aponta, o jornal “manterá a qualidade, independência e
isenção”.
De acordo com
informação da EDN, empresa que integra o grupo Controlinveste, neste momento
trabalham no jornal, fundado em 1876, 83 trabalhadores. Em Abril, este matutino
teve uma tiragem média diária de 12.681 exemplares.
(Lusa)