Não se percebe a imposição do sr. Platini, ou de alguém por ele, para um desafio de preparação da Seleção três dias antes da deslocação à Dinamarca, pois um confronto com a França obriga sempre a um jogo intenso, com desgaste físico e risco de lesões, além da possibilidade de se sofrer derrota pesada, cujo trauma seria impossível de ultrapassar em tão pouco tempo.
Ou talvez a aceitação da FPF se entenda à luz de um recorrente excesso de confiança, já que a Albânia era para ter saído goleada de Aveiro e estes dinamarqueses parecem honrar pouco os pergaminhos do passado. Começou por correr mal.
O certo é que após o insucesso caseiro da Seleção e o modesto passeio parisiense – vá lá, vá lá que podia ter sido bem pior – a partida de amanhã se afigura um verdadeiro bico de obra. Para variar, é obrigatório ganhar, é a nossa sina.
Acredito que os jogadores portugueses, profissionais que são, se sintam motivados para arregaçar as mangas e chegar à vitória. E que o que dizemos ser a “renovação de Fernando Santos”, mas que é simplesmente o seu estilo, tenha trazido à equipa as novas energias que potenciem a qualidade que ainda tem.
O problema está na realidade e essa exibiu no Stade de France todo o esplendor. Rui Patrício não é o mesmo do Sporting, como Cristiano pouco tem a ver com o seu clone de Madrid. A defesa é um susto, com um lateral a tentar afirmar-se e o outro a afirmar-se, sim, mas como ala. E os médios passam a vida a abandonar o corredor interior para marcar os laterais adversários que atacam – prejudicando depois as transições – uma vez que os nossos avançados não pressionam ninguém.
Se Fernando Santos tiver uns pozinhos de magia, talvez, como Hamlet, não vejamos “algo de podre no reino da Dinamarca”. Vamos lá, Portugal.
Canto direto, Record, 13OUT14
Dinamarca: com magia talvez
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