Sou espectador regular de “Portugal em direto”, da RTP1, por um motivo simples: estar por dentro do país real, o que me faz entrar igualmente por “O preço certo”… antes do Telejornal. E isso acontece ainda porque, há 14 anos, aquele programa de informação é conduzido por uma profissional de trajeto seguro e postura credível: Dina Aguiar.
A jornalista, que é também pintora, manifestou-se há dias incomodada pelo “desligamento” dos colegas e amigos de tantos anos – Fernando Mendes foi a exceção – que praticamente ignoraram a sua última exposição, encerrada a 30 de novembro, em Lisboa. “Cada um está na sua vida e não se preocupa”, desabafou Dina, que tinha, antes, alimentado a ilusão de ser recordada mais pelas obras em tela do que pelo trabalho de quatro décadas na TV.
Cláudio Ramos já pôs a questão em pratos limpos na “Passadeira vermelha”, da SIC, pelo que não pretendo ser original. O que quero é garantir a Dina Aguiar, com o maior respeito pela sua pintura, que ela ficará na história da televisão portuguesa, de que é referência, e como tal será lembrada. E só por isso talvez os seus quadros não sejam, um dia, de autor desconhecido. Eu, que a vejo sempre com prazer, não lhe compraria nenhum.
Antena paranoica, Correio da Manhã, 7dez19
Dina Aguiar… antes do Telejornal
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